domingo, 28 de outubro de 2018

Para que Cristo reine

Artigo do mártir e beato cristero Anacleto González Flores sobre a Festa de Cristo Rei


Hoje é celebrada em todo o mundo católico a festa de Cristo Rei. Essa festa foi estabelecida para que Cristo volte a reinar totalmente na vida pública e social dos povos; porque os defensores do laicismo vêm trabalhando há mais ou menos três séculos para suprimir Cristo da vida pública e social das nações. E, desgraçadamente, têm avançado muito, até o ponto de as legislações, os governos e as instituições dos povos se absterem de reconhecer a supremacia de Cristo.

De uma maneira especial, o laicismo tem alcançado em nosso país fortes e grandes vitórias. [O México, na época, após um longo período de revoluções de esquerda, era liderado pelo presidente Plutarco Calles, um laicista convicto, aliado da maçonaria e socialista. Ele criou uma legislação intransigente para com o clero e restringiu a liberdade religiosa dos católicos, levando estes a pegarem em armas na Guerra Cristera].

Afastaram Cristo das leis, das escolas, dos parlamentos, das cátedras, da imprensa, da via pública, em uma palavra, de todos os pontos dominantes da vida pública e social. E trata-se de restabelecer, hoje, o reinado público de Cristo, sobre os despojos do laicismo totalmente fracassado como sistema de vida, de política, de governo e de orientação para os povos.

A importância da festa de Cristo Rei não está somente em proclamar – como será feito – Cristo como Rei Soberano da vida pública e social. Não, porque se a proclamação da realeza de Cristo é algo extremamente importante, mais importante ainda é que nós católicos entendamos as nossas responsabilidades ante o reinado de Cristo.

Porque Cristo não necessita de nós para fundar seu reino e para expandi-lo por todo o mundo; mas se não necessita de nós nem de nossas vidas, deseja, porém, estabelecer seu reinado por meio de nossos esforços, das nossas lutas e das nossas batalhas. E isto deve ser enfatizado hoje, porque se os católicos continuarmos desorientados nesse ponto, correremos o perigo de que jamais se estabeleça o reinado de Cristo em nossa Pátria.

Devemos, pois, entender que Deus, que Cristo pede, exige, quer que cada um de nós, na medida de suas forças, trabalhe veementemente para estabelecer Seu reinado na vida pública, e se continuarmos acastelados em nossas igrejas e em nossos lares, não conseguiremos isso.

O reinado público de Cristo exige que nós, católicos, façamos sentir a ação do nosso pensamento, da nossa palavra, da nossa caneta, dos nossos trabalhos de organização e propaganda. E isso deve ser feito na vida pública, em pleno sol, em plena via pública, em todas as direções; e deve ser feito por todos.

Porque todos, absolutamente todos os católicos, podemos e devemos fazer algo para restabelecer o reinado de Cristo; uns de uma forma, outros de outra; uns com seu talento, outros com seu esforço; mas todos devemos procurar desde hoje fazer algo sério, constante e coordenado pelo restabelecimento do reinado público de Cristo.

Hoje proclamamo-lo Rei, reconhecemo-lo como Rei; mas precisamos jurar que deixaremos nossas velhas atitudes de múmias de sacristia e de mortos-vivos em nossos lares, e que a partir deste dia glorioso faremos com que todas as forças católicas desemboquem na via pública para que Cristo reine na imprensa, no livro, na escola, nas organizações, nas instituições, em uma palavra: no meio do coração do povo e no meio de todas as correntes da nossa vida pública e social.


+ CHRISTUS VINCIT, CHRISTUS REGNAT, CHRISTUS IMPERAT! VIVA CRISTO REI! +



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